Finalmente , Jorge respirou aliviado ! Ao término de um contato via celular ele conseguiu um funcionário que enviou-lhe por e-mail um excelente currículo, que apresentou uma qualificação bem acima do esperado. O jovem era além de farmacêutico, químico formado com especialidade em perfumes, e foi exatamente isso que fez Jorge decidir por sua contratação. Outro ponto favorável : Ele reside há apenas 40(quarenta) minutos da Vila dos Pescadores e 20( vinte) de Monte Alvino, bem a propósito sobre seus planos de criar sua primeira loja de perfumes dentro do Shopping.
De início Jorge vai observar seu desempenho na farmácia da Vila, o trato com a clientela, e saber mais a respeito de seus conhecimentos em perfumaria. Observou que entre os seis(seis) empregos o novo funcionário estagiou numa importante empresa do ramo, e gostaria de perguntar porque não foi efetivado. Na segunda-feira conforme o combinado, ele traria sua carteira de trabalho, uma foto recente, e seus exames médicos mais recentes. Dispensou sua passagem pelo contador porque precisava de mais braços na organização da loja. Evidente que ele confirmaria os empregos registrados, e depois o encaminharia ao contador já acertando seu salário. Iria pagar um bom salário, por sinal.
Através de Márcia, Jorge sabia de quase tudo o que acontecia na Cooperativa, principalmente naquela semana que ele e Márcia ficaram juntos. Sobre a reunião da quarta-feira ele só veio a saber das novidades no final da tarde de quinta-feira, quando já anoitecia. Foi sensacional a notícia da construção da futura ponte sobre o rio Marajoara, e a aprovação do projeto da Unidade de Inseminação Artificial de Peixes e Crustáceos. Formidável a iniciativa do Prefeito em gerar empregos , e empregos significa mais clientela!
___Posso imaginar a cidade crescendo, novos negócios surgindo! Pensava Jorge com seus botões.
Márcia falou com sua mãe que estava com saudades de Jorge, e como eles iriam passar o sábado na Ilha dos Marrecos comemorando o aniversário de Anita, ela queria ''namorar'' um pouco.
___Você gosta mesmo dele, filha? perguntou a mãe
___Muito mãe, não sabe quanto! Ele é o homem da minha vida! respondeu Márcia com um brilho nos olhos
___Você é igualzinha à mim. Tem o mesmo brilho, eu conheço, mas repito para ter cuidado, você sabe do que estou falando, certo?
___Tranquila mãe! Como diz o Gervásio.
___Estou falando sério! retrucou
___Sem gíria, eu afirmo prá Senhora: Eu amo o Jorge e até agora ele manteve-se na linha!
___Ahh é...cuidado que o trem pega!
___Vixe mãe, que piada velha! Olha eu só vou lá me despedir. Beijinho por celular, é ruim, hein?
___Vai filha...atrás...
___Do meu destino! sorriu Márcia. Estou indo Mãe!
___Deus te abençoe e Nossa Senhora dos Navegantes te guarde!
___Amém!
O pai já dormiu, vai...eu dou cobertura, é assim que se fala?
___Acertou! Beijinhos! E deu um abraço na mãe!
Ainda era o começo da noite, mas após o jantar D.Teresa convenceu a todos a descansarem para a viagem do dia seguinte. Lembrou que acordariam cedo novamente, porém, para pegarem o Saveiro Fortuna e zarparem na maré alta.
___Filha, não esqueça de voltar logo, precisamos acordar cedinho por causa do Saveiro.
Ela ouviu a voz da mãe e fez sinal de ''psiu'', de silêncio com o dedo indicador, ou acordariam o pai. Desceu a ladeira em direção da praça central onde ficava o hotel ao lado da farmácia, agora, a farmácia de Jorge. Cobriu a cabeça com um véu azul celeste e calçava um sapato de salto baixo. A ladeira era íngreme, pedras antigas, da época da colonização portuguesa e um tempo de dominação holandesa. A Vila dos Pescadores pouco mudara em seus antigos casarões. Jorge a esperava junto à porta balcão bem ao lado do prédio da Farmácia que ele acabara de fechar. Durante o trajeto Márcia enviou um SMS pelo celular. Ás vezes o sinal era bem fraquinho. Mas ela conseguiu avisá-lo que estava chegando.
Morrendo de saudades ela correu para seus braços! Subiram a escada aos beijos, e ele dizia:
____Como eu te amo, como eu te amo!
Após o corrimão em ''s'' abriram uma porta no corredor de cima à esquerda. Ele abriu outra porta-balcão com vistas para o mar. Jorge ficara com o melhor quarto desde que se estabelecera na cidade, e não fazia questão de sair dali. Tão perto, perto mesmo do seu trabalho, o seu negócio, a sua farmácia.
Assim que transpuseram a porta Jorge ajoelhou-se para surpresa de Márcia e segurando uma caixinha de veludo branco nas mãos, ele a abriu lentamente exibindo um lindo anel de brilhante, e fez o inesperado, e surpreendente pedido:
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