VOTO POPULAR - POESIA DE MARCELO KASSAB É EXCELENTE. VOTE, CLICK

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Décimo sexto capítulo - O Salvamento do cãozinho!


                         Gervásio por ter que  fazer alguns trabalhos universitários  procurava adiantá-los e por vezes achava que não fosse dar conta de estudar, trabalhar com o pai, e assumir outras responsabilidades na Cooperativa. Estava com o corpo e a mente tão ocupada que entendia perfeitamente a preocupação de sua mãe. E mais esta agora que o tio primo João convidara a família para o aniversário da prima Anita.  Ele depois da notícia do passeio até a Ilha buscava acalmar-se e organizar ideias e papéis.   Felizmente que eles moravam ali onde aconteciam as reuniões dos cooperados, e assim sem maiores dramas , no mínimo ele descansava um pouco melhor.
             
               A questão parecia simples de resolver.  Ele a continuar ajudando o pai na pescaria quando os dois precisavam retornar ao alto mar para buscar mais peixes, fizesse tempo bom ou tempo ruim. Conversara com o pai numa dessas manhãs, enquanto ajudava a empurrar o carrinho com a caixa de peixes conservados no gelo, e disse-lhe:-

____Meu Pai, o senhor não acha melhor a gente fabricar um barco maior ?

____Você parece que lê os meus pensamentos!   Lembra que iremos alugar um saveiro para ir no sábado até a Ilha?   Eu fiz melhor, já aluguei o saveiro pelos próximos dois meses.  As próximas pescarias faremos com ele.   Não se preocupe com o aluguel. Seu pai, como sempre, sabe negociar.  Esse saveiro estava parado precisando de reparos, e o motor também, com um pequeno vazamento.   Combinei com o estaleiro de fazer tudo, e o aluguel ficou pela metade.

        Ele manteria a rotina de voltando para casa e subir a ladeira da vila para comprar pão no armazém  do ''seu'' Manoel, ele pagaria  as compras do mês, e conseguia um desconto deixando alguns peixes já limpos e prontos.   

____ Olá, Senhor Manuel! Bom Dia, tudo bem ?  Aqui está o seu peixe! diziam Gervásio e seu pai.

____Bom dia, sim ''senhore'', e  cá esta o filão de pão e o leite. Lembranças as meninas Márcia e Carla, sua senhora D.Teresa!
       O mesmo acontecia às terças-feiras ao passarem em frente à Igreja, e quem os recebia era o padre Álvaro com uma pequena cesta de vime.  Assim tocavam a vida, vendendo peixe ou trocando por mercadorias.   Um hábito comum naquela vila de pescadores.  Só não dava para entregarem a muqueca de porta em porta, esse prato típico somente indo aos restaurantes.  Gervásio precisava terminar os estudos na Faculdade, agora Universidade, graças ao Prefeito que mais um outro Padre Reitor Jonas conseguiram do Governo do Estado promover a transformação.  

                  Por ser conhecido pela maioria dos cooperados moradores Gervásio até podia chegar um pouco atrasado, mas ele fazia questão de fazer o contrário, chegar adiantado. Outro ponto, resolvido, mesmo porquê a família alternava os dias de trabalho na venda de peixes nos quiosques reservados pela Prefeitura. Afinal ninguém é de ferro, ainda que eles precisassem viver nessa lida difícil.   As irmãs ajudavam, e não podia ser diferente.  Desde pequenos foram criados assim. E o pai e a mãe com todo o sacrifício pagavam escola para o filhos. Gervásio conseguira uma bolsa de estudos, e estudava para ser  Técnico em Piscicultura. É o profissional que planeja executa administra e comercializa a produção de seres aquáticos...  Completou 19 (dezenove) anos e já estava no segundo semestre. Desde os 12(anos) sabia dirigir, e recentemente cursou as aulas de motorista, obtendo autorização enquanto a carteira não ficasse pronta. 
                
                A família muito unida, um ajudava o outro, e todos se ajudavam. Não se acomodavam nos sonhos, iam a luta, e tinham uma ambição gostosa de se ver. As irmãs muito estudiosas, Márcia queria ser Professora, e Carla queria ser médica veterinária, adorava cuidar de cães e gatos, socorrendo os bichinhos da vizinhança.      Até salvara um cachorrinho de madame de um afogamento.  A dona muito rica queria lhe dar dinheiro. Carla se ofendeu, e disse :   Obrigado Senhora, eu não fiz por dinheiro!  Eu tenho emprego, eu amo os animais, quero ser médica veterinária.     A madame sem perder a pose, guardou o dinheiro na bolsa,no entanto, profundamente reconhecida pelo salvamento de seu cãozinho, disse que era da Capital, e deu-lhe um cartão, dizendo : -   Quando você se formar Médica Veterinária me procure !
            Depois em casa, na hora do almoço, ninguém falava outra coisa. O salvamento do cãozinho !
____Você está bem, filha ?  Perguntou D.Teresa olhando a menina, muito quieta!
____ Eu ''to'' pensando em falar com o pessoal salva-vidas do Corpo de Bombeiros. Eles devem proibir as pessoas de entrarem no mar com os cães e gatos. Gato , então, tem medo de água. Já vi , mas é bem raro, um gato entrar na água.
____Ahhh você ficou triste por isso?  Eu pensei que era por causa da história do dinheiro. Você agiu corretamente em recusar. 
___Pois é , mamãe!  Ela era muito esnobe! Não gostei não, pobre cãozinho!
       Pobre cãozinho!  Essa foi boa !   Riram-se todos à mesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A ILHA DOS MARRECOS! OUTROS SEGREDOS!

https://amz.onl/aexED3K